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sexta-feira, abril 22, 2011

Papa Bento XVI diz na TV que não sabe explicar o porquê da tragédia no Japão

O papa Bento XVI afirmou hoje (22), em programa de televisão transmitido na Itália, que não sabe explicar o porquê de tragédias como o terremoto e o tsunami que atingiram o Japão em 11 de março. Bento XVI fez a declaração ao responder a uma pergunta enviada por uma menina japonesa de 7 anos. Foi a primeira vez na história da Igreja Católica que um papa respondeu diretamente, pela TV, a perguntas feitas por fiéis.
"Não temos as respostas, mas sabemos que Jesus sofreu como vocês, inocente, e que o Deus verdadeiro, que se mostra em Jesus, está junto com vocês. Isto me parece muito importante, ainda que não tenhamos respostas, que a tristeza permaneça", disse o papa. "Um dia vamos entender que esse sofrimento não era vazio, não foi por acaso, mas por trás dele há um projeto bom, de amor", acrescentou.
O papa respondeu às perguntas de fiéis no programa A Sua Imagem, Perguntas sobre Jesus, que foi ao ar na Rai 1, principal canal da televisão pública italiana. As respostas de Bento XVI foram gravadas pela CTV, Centro Televisivo do Vaticano, na semana passada, na biblioteca do Palácio Apostólico.
Nas imagens, o sumo pontífice apareceu em plano bem fechado, sentado numa cadeira estofada de branco, diante de sua escrivaninha. Ele respondeu a sete questões, selecionadas entre cerca de 3 mil, enviadas por fiéis de vários países.
Uma italiana com o filho em coma há dois anos perguntou se a alma ainda está presente em seu corpo. "Certamente a alma é presente, mas é como um violão cujas cordas estão quebradas. O instrumento do corpo é frágil e vulnerável, a alma não pode tocar, embora esteja presente", respondeu o papa.
Ao falar a um fiel da Costa do Marfim, país que enfrenta uma crise, gerada após a eleição presidencial de novembro, Bento XVI fez um apelo pelo fim da violência. "Convido com força todas as partes a renunciar à violência e a procurar as vias da paz." O papa pediu ainda a paz entre as diferentes comunidades religiosas no Iraque.

Fonte: BBC Brasil

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