Quase inviabilizada pela chuva que caiu em Natal, os organizadores da Marcha contra a demolição do Machadão se mobilizaram hoje,em frente ao Papódromo, com o objetivo de protestar o projeto de construção de um novo estádio para a realização da Copa do Mundo de 2014 na cidade. "A mobilização não é contra a realização da Copa em Natal, nem contra a Arena das Dunas", explicou Eduardo Alexandre, o Dunga, que organizou o evento. Ele observou que a intenção é repudiar o ato de demolição do patrimônio arquitetônico do estado chamado Machadão.
Alexandre revelou também que serão colhidas assinaturas de pessoas com opiniões afins para a abertura de uma Ação Popular contra a derrubada e pela renovação do Pedido de Tombamento enviado à Fundação José Augusto (FJA) em maio do ano passado e que, segundo a atual diretora-presidente da instituição, Isaura Rosado, desapareceu.
Também estava presente na mobilização o arquiteto do Machadão, Moacir Goes. Ele disse que não nutre esperanças quanto ao recuo do Estado "reda decisão de demolir o estádio, mas enfatizou que é importante "registrar para a posteridade as vozes dissonantes desse processo". Moacir informou que a Ação Popular deve ser interposta junto ao Tribunal de Justiça no início da próxima semana. "Mas eu também não acredito que tenha qualquer resultado. Não acredito em papai noel", disse ele. O arquiteto disse lamentar os 50 anos dedicados ao Machadão serem jogados fora. Ele fez um desabafo criticando os dirigentes do futebol potiguar e acusou-os de pensarem somente em dinheiro. "Agora fica o América e o Alecrim mendigando melhorias no Juvenal Lamartine. Mas eles merecem. Sou americano mas não concordo jamais com esse tipo de atitude das pessoas que os comandam. O futebol para mim acabou", lamentou Moacir Góes.
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