Em época de festas juninas, o risco de acidentes com fogos de artifício aumenta. O número de pessoas que sofrem acidentes por conta do uso inadequado dos fogos acompanha esse ritmo. Por conta disso, o Corpo de Bombeiros fiscaliza as barracas que vendem as bombas e traques de São João e os pais tomam - ou deveriam - mais cuidado com o manuseio desse tipo de material por crianças e adolescentes. De acordo com o tenente Couceiro, do Corpo de Bombeiros, a maioria dos acidentes tem como causa o manuseio inadequado e a falta de atenção.
É preciso ter muito cuidado no manuseio de fogos de artifício, muito usados em festas juninas
Primeiramente, a fiscalização se concentrará na questão das festas populares. A resolução 04/2010 prevê que os organizadores precisam entrar em contato com o Corpo de Bombeiros e obterem uma permissão. Nesse processo, as condições mínimas de segurança, de palco e queima de fogos, são averiguadas. Depois, há a fiscalização das barracas que vendem fogos de artifícios, como bombas e traques. Os consumidores precisam lembrar que é obrigatório a existência de extintores de incêndio nas barracas e que não é recomendado a realização de "testes" nos produtos nas proximidades das barracas. A desobediência a esses critérios pode causar acidentes.
No momento de manusear os fogos, há recomendações que não podem ser deixadas de lado, segundo o tenente Couceiro e Washington Reis, proprietário da Casa de Fogos São Paulo. Uma das principais causas de acidentes, entre adultos, é a não observação da distância mínima de segurança, principalmente quando os fogos de artifício aparentemente "falharam". A situação é simples: alguém acende uma "bomba", sai de perto e espera o momento do estouro. Contudo, não há explosão. Pensando que a bomba falhou, a pessoa se aproxima novamente, no intuito de ver o que aconteceu. Nesse momento, o material explode, causando o acidente.
O procedimento descrito acima está equivocado. Após verificar que a "bomba", o "vulcão", ou outros fogos de artifício, não funcionaram, o usuário não deve simplesmente se aproximar do material explosivo. "Nesse caso, é preciso esperar bastante, para se certificar que não haverá explosão e jogar água ou areia para dar mais segurança. Grande parte dos acidentes acontecem porque essa regra não é observada", diz Washington Reis.
O tenente Couceiro acrescenta que não é indicado acender fogueiras perto de fiações elétricas ou de árvores. As chamas podem se espalhar nesses casos e causar acidentes. "O mais indicado é escolher áreas abertas para acender as fogueiras, onde o fogo não poderá se espalhar e sair do controle. Outra coisa inadequada é a tradicional brincadeira de pular fogueiras, o que causa acidentes todos os anos. Isso deve ser evitado", diz o tenente.
Além disso, e principalmente por causa do feriado prolongado, onde muita gente vai passar o São João no interior, é necessário observar o local de acondicionamento. Os fogos podem queimar apenas com o atrito em mochilas ou pelo calor do ambiente. "Até mesmo o ato de portar esse tipo de material deve ser cercado de cuidados", aponta.
Outra questão que representa um risco é o manuseio de fogos de artifícios por crianças. Todos os anos o Centro de Atendimento a Queimados do Walfredo Gurgel se enche de crianças machucadas por fogos de artifícios durante o São João. Nesses casos, segundo Washington Reis, os pais precisam supervisionar o uso de traques, bombas e materiais semelhantes em todos os casos (veja quadro). O único material completamente inofensivo é o chamado "chumbinho", indicado para crianças de todas as idades.
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