As três principais unidades credenciadas junto ao município de Natal para realizar cirurgias ortopédicas e desafogar o atendimento da rede pública interromperam a prestação dos serviços. O motivo é o atraso no pagamento dos procedimentos realizados. Ao Hospital Memorial, a Prefeitura do Natal deve R$ 300 mil, referentes a janeiro/2011. E esse valor é só parte da dívida. O reflexo dessa crise está à vista nos corredores do Hospital Walfredo Gurgel, que estão lotados.
Corredores do Hospital Walfredo Gurgel superlotados com 52 pessoas esperando por atendimento
Na tarde de ontem, 52 pacientes – 31 somente da ortopedia – estavam internados em macas nos corredores da unidade. Ontem, o diretor geral do Hospital Walfredo Gurgel, Mozar Dias de Almeida, disse que há uma semana o hospital está sem poder encaminhar pacientes para as unidades credenciadas. “Não temos para onde mandar esses pacientes. As três unidades credenciadas não estão recebendo por causa do atraso nos repasses”.
Além disso, o Hospital Deoclécio Marques está operando com grande volume de atendimentos, sem condições de dar suporte maior, segundo ele. Em entrevista a Tribuna do Norte, a promotora de Justiça da Saúde, Kalina Filgueira, garantiu que a Prefeitura de Natal deverá ser acionada na Justiça a pagar a dívida que possui com o Hospital Memorial. O município havia se comprometido a realizar o pagamento ontem (sexta-feira, 20/04), mas até o final da tarde nenhum depósito foi realizado.
A promotora aguarda, no início da próxima semana, informação sobre o repasse para decidir se processa ou não o Executivo municipal. Ela não soube informar o valor exato da dívida relativa às três unidades. Segundo a direção do hospital Walfredo Gurgel, a superlotação nos corredores ocorre porque o hospital tem alta demanda de pacientes crônicos e críticos, com longa permanência.
O provável pedido de execução da dívida por parte do Ministério Público Estadual será integrado a uma ação civil pública já julgada, onde o Município de Natal foi considerado responsável por resolver o problema das filas para cirurgia ortopédica. Segundo a promotora, o objetivo é fazer com que os serviços prestados retornem à normalidade, sem prejuízo para os pacientes.Além da suspensão temporária das cirurgias ortopédicas, o atendimento de urgência também está mais seletivo no Memorial. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE conseguiu apurar durante visita na manhã de ontem que estão ocorrendo apenas as cirurgias eletivas de pacientes do interior do estado. Informação que não confirmada pelo diretor Francisco Gomes.
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