Em solenidade realizada na manhã desta terça-feira (26), no Centro Administrativo, a governadora Rosalba Ciarlini entregou o Prêmio Mulher Cientista às pesquisadoras Técia Maranhão, na categoria Pesquisadora Sênior, e Tirzah Lazus, como Jovem Pesquisadora.
“Só quero deixar meu muito obrigada a todos que me apoiaram nessa minha carreira acadêmica que está apenas começando”, disse Tirzah Lazus após receber o troféu das mãos da Governadora. A pesquisadora, que se dedica a estudos na área do câncer de mama, também falou sobre a importância de transformar essas pesquisas em realidade e aplicá-las de forma concreta para ajudar a população. “Espero poder produzir muito mais para o estado e que isso seja aplicado na melhoria de vida da mulher”, observou.
Em seguida, a presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte – Fapern, Maria Bernardete Cordeiro de Sousa, entregou o troféu à médica e pesquisadora Técia Maranhão. “É com grande alegria e satisfação que recebemos esse prêmio, que representa o reconhecimento por pesquisas desenvolvidas em prol do Rio Grande do Norte”, disse a pesquisadora. Técia Maranhão falou, ainda, que tanto ela quanto as outras duas vencedoras – se referindo também à professora-doutora Selma Maria Bezerra Jerônimo, que ganhou o Título de Menção Honrosa, mas não pode comparecer à premiação – foram escolhidas para representar as outras mulheres que participaram e concorreram ao Prêmio.
Ela lembrou que o Governo do Estado tem a responsabilidade de “alavancar a aproximação das instituições de pesquisa com as empresas” e que os trabalhos desenvolvidos devem ser aproximados da população para que os estudos desenvolvidos sejam aplicados em diversas áreas de atuação. Opinião que foi compartilhada pela presidente da Fapern, Maria Bernardete, e pela governadora Rosalba Ciarlini. “Tomara que daqui a dois anos, eu possa dizer que conseguimos reduzir a mortalidade infantil, conseguimos reduzir a mortalidade materna”, disse a Governadora, se referindo às pesquisas que serão aproveitadas em prol da população.
O Prêmio Mulher Cientista é concedido a cada dois anos pela Fapern, reconhecendo e valorizando a contribuição feminina à ciência. A premiação tem entre os seus objetivos dar repercussão à atuação na mulher no campo da ciência pura ou aplicada. As premiadas, cujas pesquisas são de reconhecido e documentado mérito em suas áreas, desenvolvem suas investigações no Rio Grande do Norte, gerando contribuições relevantes para o desenvolvimento científico, tecnológico e cultural do Estado.
Também participaram da cerimônia realizada na Governadoria a secretária Extraordinária para Assuntos Relativos à Cultura, Isaura Rosado; a consultora geral do Estado, Tatiana Mendes Cunha; a defensora pública geral do Estado, Cláudia Queiroz; e a diretora da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, Ana Lúcia Dantas, além de professores e estudantes do curso de medicina da UFRN.
TÉCIA MARANHÃO
Professora titular do Departamento de Tocoginecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Técia Maranhão é considerada ícone em medicina da mulher e da saúde comunitária no Estado, o que levou a comissão julgadora a conceder-lhe o Prêmio. É reconhecidamente um símbolo de dedicação à Pesquisa e Pós-Graduação na UFRN, especialmente pelo seu empenho na consolidação do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, do qual é coordenadora.
É médica graduada pela UFRN em 1970, tem 64 anos e os títulos de mestra (1979), doutora (1982) e pós-doutora em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (2004 e 2005). Exerceu cargos e funções administrativas na UFRN: desde responsabilidade por disciplinas, chefia de departamento, até vice-reitoria (1999-2003). Além de aulas para a graduação, integra o quadro permanente de professores do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da UFRN do qual é coordenadora atualmente. É membro do Conselho Editorial da UFRN. Integra o Conselho Editorial da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (RBGO). Coordena o Programa de Extensão PRÓ-Natal-Assistência À Saúde Reprodutiva no Bairro de Felipe Camarão. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Ginecologia e Obstetrícia, ginecologia endócrina e saúde reprodutiva. Tem pesquisado sobre os temas: transferência placentária dos hormônio tireoidianos,síndrome dos ovários policísticos, resistência insulínica e anovulação crônica, climatério e mortalidade materna.
Técia Maranhão é apoiada pela FAPERN através do Programa de Apoio à Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (PPSUS) com o projeto “Avaliação dos músculos do assoalho pélvico no ciclo menstrual normal e na anovulação crônica hiperandrogênica”.
TIRZAH LAZUS
Com atuação na Liga Norte-rio-grandense contra o Câncer e na UFRN, Tirzah Lazus foi escolhida pela Comissão Julgadora do Prêmio Mulher Cientista por estabelecer uma rede de aconselhamento genético no RN para detecção precoce do câncer de mama hereditário, com intuito de desenvolver o diagnóstico biomelecular e para execução de tratamento profilático.
Também atua na área de geologia médica – campo que estuda a influência de fatores geológicos ambientais sobre a saúde humana e dos animais –, avaliando o diagnóstico do agente carcinogênico nos solos, águas e atmosfera de habitação na região de Equador, ao nível de prevenção de doenças, compreendendo ações de ensino, pesquisa e extensão. A pesquisadora atua, ainda, na avaliação e monitoramento da radioatividade natural relacionada à presença de radônios e seus descendentes em áreas de extração de petróleo, de modo, a fornecer subsídios às empresas para gestão da saúde pública e ambiental e a prevenção de doenças relacionadas à radioatividade; e estuda a frequência de tumores de mama caracterizados como triplo negativo entre mulheres jovens e menopausadas no estado do Rio Grande do Norte.
Com 31 anos de idade, Tirzah Lajus é graduada em Ciências Biológicas, pela UFRN (2002), mestre (2004) e doutora (2008) em Biologia Molecular e Genética do câncer pela Universidade Paris XI (Orsay/França) e pela Faculdade de Medicina do Kremli-Bicêtre (Paris/França). Durante seu doutorado trabalhou sob a supervisão da doutora Patrícia Kannouche, no Instituto Gustave Roussy, centro de excelência em pesquisa européia sobre o câncer. Durante os anos de experiência no exterior, colaborou com diversos projetos de laboratórios internacionais. Tem principal interesse em estudar os mecanismos de carcinogênese, instabilidade genética e reparo da molécula de DNA em células humanas. Entre os projetos de pesquisa que desenvolve atualmente em biologia molecular do câncer de mama no RN junto com a Liga Norte-Riograndense contra o Câncer e a UFRN, dois são apoiados pela FAPERN.
Fonte: ASSECOM/RN
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